segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Diário: 9º ao 12º dia pós cirurgia

9º dia após a cirurgia

Impressionante melhora ao levantar pela manhã, dores entre 2 e 3. Melhor mobilidade, já consigo apoiar o pé afetado no chão com um pouco mais de segurança, o edema diminuiu facilitando os movimentos da articulação do joelho, mas panturrilha segue com dormência e falta de sensibilidade praticamente em toda a região sendo mais forte próximo ao tendão da patela (músculo Tibial anterior). Comecei alguns os exercícios recomendados para ativar musculatura:
  • Alongamento (tentar alcanças o pé na posição sentada)
  • Isometria da coxa elevada (resistência ao sustentar a perna elevada)
  • Flexão e extensão (respeitando limitação, até então de 60° + ou -)
  • Tração (deslizar a perna em direção a coxa - também com grau de amplitude respeitado)
  • Adução e abdução
  • Panturrilha (flexão plantar)
  • Estímulos na panturrilha (toques, massagem e gelo para ativar os receptores e melhorar a sensibilidade)

A noite ao tomar banho percebi, novamente, um pequeno sangramento no corte da região lateral, marcando o curativo, porém como fui orientado a somente retirar os adesivos depois de 7 dias, ignorei.



10º dia após a cirurgia

Acordando com tranquilidade ( 1 na escala de dor), bolsa de gelo religiosamente de 2 em 2 horas durante 30 minutos e pernas para cima quase que o tempo todo. Psicológico debilitado tamanha dependência para toda e qualquer tarefa corriqueira. Convite de viagem com os amigos foi bem vindo, mesmo sabendo das barreiras que vou enfrentar. De malas prontas, entrar no carro foi realmente um desafio, parti. Chegando lá noite tranquila, mas dor constante de 3 a 4.



11° dias após a cirurgia

Já na casa de praia com os amigos, dor em torno de 3, a mobilidade era a maior barreira, braços começando a dar sinais de cansaço devido as muletas. Grande incômodo ao ficar com a perna na posição vertical, sentado ou em pé, dores surgiam repentinamente, aumentando para 7 na escala. Mais um pequeno sangramento na mesma região do joelho, possivelmente devido ao meu "não parar quieto no lugar". Também notei pontos arroxicados maiores na região posterior do joelho estendendo-se para a panturrilha (ainda dormente) em pequenos trombos, consequência do inchaço. Nada de exercícios, os medicamentos também fugiram um pouco dos horários, mas o gelo continuou certinho de 2 em 2 horas e sempre que podia, pernas pra cima. Ao dormir, volta a velha dorzinha de 3 a 4 na escala de dor (PUF!)



12º dia após a cirurgia


Hora de voltar da viagem. Estar ao lado dos amigos e mudar a rotina foi revigorante. Cuidar da parte psicológica, debilitada pela dependência e ramerrame de marasmo, realmente foi importante, na minha opinião. Mesmo não tendo sido tão responsável com os horários dos medicamentos e exercícios, me sinto bem melhor. Sem dores ou abaixo de 1 durante todo o dia (manhã, tarde e noite), mas, na hora de voltar, entrar e sair do carro... Ai (7)!


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Diário: 6º ao 8º dia pós cirurgia

6º dia após a cirurgia

Volta das dores fortes, 7 a 8 na escala de dor, ao acordar. Região média do joelho mais inchada, pequenos pontos arroxicados na posterior, dores mais fortes na musculatura posterior. A noite, coincidentemente no mesmo horário (19h), quadro febril novamente, porém um pouco mais forte que do dia anterior, desta vez aferi, por volta dos 38,5°C. Fazendo com que voltasse a tomar o Nostalgia, mesmo por conta própria. Tomada a medicação a febre se foi e a dor diminuiu consideravelmente, passando, de acordo com a escala de dor, de 7 para 3 ou 2. Porém, um incômodo inexplicável no joelho, sem achar posição confortável, tirou minha noite de sono.



7º dia após a cirurgia

Dores insuportáveis novamente ao acordar, desta vez na posterior da coxa, daria 9 na escala. Após a medicação as dores diminuíram, 3 na escala. Resolvi aumentar o repouso, ficando o maior tempo possível com a perna elevada e bastante gelo. O inchaço continuou o que me deu a impressão de estar com alguma infecção, tendo em vista também os episódios de febre. Nesse momento de repouso as dores sumiram, chegando a 1 ou mesmo 0 na escala, aumentando em torno de 4 a 6 quando a perna ficava na posição vertical (ao levantar para ir ao banheiro, por exemplo). Pontos cicatrizdados normalmente, mas sentia na região do edema um latejar que perdurou até a noite. Quadro febril também no mesmo horário, 37,5ºC, que também diminuiu após medicação. Marcada a revisão com o médico para tirar dúvida e retirar os pontos.

Apesar da média no dia ter sido a mais baixa até então, ressalto para as dores chegando a 9 pela manhã, apesar da melhora ao longo do dia, não o considerei dos melhores em relação a dor, também pelo quadro febril percebe-se que, no geral, a evolução não têm sido positiva.

8º dia após a cirurgia


Dores, novamente, chegando a 9 na escala de dor, ao acordar. A posição vertical incomoda bastante, estado febril no fim da manhã em torno de 37°C, amenizado pelo medicamento. Chegando ao médico, foram retirados os pontos (colocado adesivos para melhorar cicatrização durante 7 dias), tive problemas na cicatrização de um dos cortes laterais (parecia um pouco aberto, como se o pontos dados não tivessem sido suficientes para fechá-lo), que sangrou um pouco, mas de acordo com as enfermeiras era comum acontecer e não era necessário grande preocupação. Fui orientado a continuar com o Novalgina, de acordo com o médico inchaço e a febre são esperados. Diminui o intervalo do gelo, que antes era 20min. de quatro em quatro horas, passando agora para 30min. de duas em duas horas. Já houve uma diminuição do edema e discreta evolução na flexão e extensão da perna operada. O procedimento do gelo me deixou quase o dia inteiro deitado ou sentado em algum lugar, vou precisar fazer um bom estoque de filmes e livros, o tédio bate forte! Dores na parte da tarde em torno de em 3 a 4. A noite dores chegando a 0, apenas leve incômodo ao levantar (posição vertical). Sono dos mais tranquilos desde a cirurgia.


Mesmo com a média mais alta que do dia anterior, e e mesma dor ao acordar (9), considero este o melhor dia em relação a dor até então. Ao menos não variou como no dia anterior, sendo, portanto mais intensa pela manhã e ao longo do dia amenizando o que traz um certo conforto (sensação de melhora).

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Diário: 2° ao 5° dia pós cirurgia

2º dia após a cirurgia

Dores terríveis (8 na escala de dor) ao levantar e aos poucos foi diminuindo. Notável inchaço do joelho na região medial, também, dor quase insuportável na região posterior da coxa (certamente nos tendões dos músculos flexores, região onde foi retirado o enxerto para reconstrução ligamento), me gerando uma enorme dificuldade ao sentar em cadeira pouco acolchoada. Na troca dos curativos um leve sangramento no espaço onde ficava o dreno (região da panela no corte medial). Tomar banho requereu técnica e jogo de cintura (kkk!), além de uma cadeira. Trocar de roupa é outro desafio. Movimentos da perna bastante limitados, definitivamente não dava para fazer nada do que o médico me recomendou, apenas ao caminhar com as muletas era que seguia o indicado de tocar o pé no chão. À noite as dores diminuíram, 3 a 4 na escala, deixando-me dormir tranquilo.



3° e 4° dias após a cirurgia

Dores na escala de 7, ainda, ao acordar. Nenhuma evolução quanto ao inchaço e a dor na posterior, que continuavam fortes numa constante (sensação era de alongamento forçado da musculatura) incomoda muito mesmo. Na troca de curativos, já não houve sangramento. No mais, medicamentos, repouso, gelo e pernas para cima. Tenho daqueles travesseiros triangulares, a posição é horrível e incomoda bastante, parece intensificar a dor na posterior, porém vejo pontos arroxicados na região podendo ser pequenos trombos e ficar de pernas para cima parece ser a melhor opção para não piorá-los. As dores diminuíram a noite, como no dia anterior de 3 a 4 na escala. Arrisquei algumas isometrias, mas dói bastante. Movimentos de flexão já apresentaram algum avanço e a noite de sono também foi tranquila também.



5º dia após a cirurgia

Dores mais amenas, 5 a 6 na escala, ao acordar. Sensação de diminuição do inchaço, boa evolução na movimentação principalmente da flexão, talvez em torno de 60 graus de amplitude. Porém apresentei quadro febril a noite por volta das 19h, não cheguei a aferir, medicações chegaram ao fim na parte da tarde, pode ter sido o motivo (talvez não devesse parar). Mas, pela indicação médica, era de apenas uma caixa de cada medicamento. Noite de tormento, dores, falta de posição confortável... Um inferno!




quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Diário: Da cirurgia ao 1° dia

Cirurgia

Chegando ao apartamento onde ficaria internado, recebi visitas de algumas enfermeiras e técnicas, do Doutor cirurgião e da anestesista. Me espantou o tempo em que fiquei de jejum, marcada para 13h a cirurgia, eu já obedecia a um jejum total (nem água!) de 6h, só só fui chamado para a sala às 18h. Na sala de espera, estava tranquilo, apenas um pouco ansioso, afinal, não havia passado por nenhum procedimento tão invasivo. Porém, meu corpo demonstrava tanta tranquilidade, o aumento da pressão arterial (150/70) e a falta de veias aparentes para colocação do acesso venoso, evidenciavam o meu nervosismo. 

Chegando na mesa de cirurgia, a única coisa de que me lembro foi da medicação (possivelmente algum calmamente anestésico) colocada pela anestesista antes da anestesia para o procedimento cirúrgico (anestesia Rack), talvez o jejum prolongado tenha resultado no fato de eu ter ficado completamente "apagado" durante toda a cirurgia. Acordei 3h depois, já cirurgiado, na sala de recuperação pós anestesia, com a sensação de que havia apenas piscado o olho (muito rápido mesmo), e fui encaminhado, de cadeira de rodas, de volta para o apartamento.   Devido a anestesia Rack, fiquei por algumas horas sem sentir nada na região do quadril, além de meio grogue, isso sem contar episódios completamente nonsense, desorientado e falando coisas sem sentido. Não havia dor, apenas uma sensação de pressão na perna afetada.


1° dia após a cirurgia

O efeito anestesia me deixou com muitas dificuldades para urinar, esse fato retardou minha alta. Após conversar com o médico, recebi diversas orientações tais como: usar bolsa de gelo 20 minutos a cada 2h, pernas para o alto, procurar sempre dar estímulos a perna a afetada, tentar estende-la, forçar a flexão, isometria (manter perna elevar ou contrair a musculatura por um determinado tempo) para ativar músculos do quadríceps e ao andar de muletas, tentar tocar o pé no chão sempre que possível

Ainda no apartamento, Passei a manhã e a tarde tomando medicamentos para dor e a anticoagulantes por conta do dreno colocado no joelho. As dores começaram a surgir, até então, suportáveis, e eram um pouco mais fortes ao ficar na posição vertical (ao ir no banheiro, por exemplo). Retirado o dreno e passadas as consequências da anestesia, recebi alta. 

Logo no carro a dores já eram muito mais fortes, numa escala 0 a 10, daria 7. Chegando em casa, tomei a primeira dose das medicações receitadas (Novalgina para diminuir a dor e Biprofenid, anti inflamatório), as dores já diminuíram, na escala de dor daria 5. Orientado a por a perna afetada em posição alta, tal condição foi de tirar o sono.



segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Cirurgia de Reconstrução de LCA, enxerto dos tendões flexores

Vídeo do Procedimento cirúrgico


Links interessantes sobre o tema:

TUDO SOBRE LCA
www.ligamentocruzadoanterior.com/cirurgia-do-lca-reconstrucao-do-ligamento-cruzado-anterior

(tem bastante informação, inclusive o passo-a-passo da cirurgia)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA
www.portalsbot.org.br/public/index.php

(aulas, notícias e artigos científicos sobre LCA)

ORTESP
http://www.ortesp.com.br/website/index.php?op

(contém um artigo sobre a cirurgia utilizando enxerto dos tendões flexores (Semitendíneo e Grácilis))


BLOG DO MEU JOELHO ESQUERDO
http://meujoelhoesquerdo.wordpress.com

(blog que me inspirou a escrever este. O dono do Joelho esquerdo chama-se Salomão, ele fez comparações por semana de sua recuperação (muito interessante) e trocou experiências bacanas com algumas pessoas que comentaram nos seus posts) 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Tratamento Pré-Cirurgia

Após diagnosticado com a lesão, devido a edemas (inchaços) nos ossos da tíbia e Fêmur (lesões de impacto), não fui de imediato aconselhado a realizar o precedimento cirúrgico para reconstrução do ligamento, passando em trono de um mês sob tratamento (anti inflamatórios) e fisioterapia. 

Passado esse período tive algumas discussões sobre as vantagens e desvantagens do procedimento cirúrgico e meu caso se encaixou nos pontos descrito abaixo:

- Lesões associadas : pacientes com lesão do LCA (Ligamento Cruzado Anterior) que tenham também machucado os meniscos, a cartilagem ou outros ligamentos do joelho normalmente tem mais sintomas quando comparados com aqueles com lesão isolada do LCA. A presença de travamentos, falseios, dor, bloqueios articulares, inchaço (derrame articular) é mais frequente e limita mais as atividades esportivas e até cotidianas destes pacientes com múltiplas lesões. Assim ,a necessidade da cirurgia é mais imperativa e o tratamento conservador torna-se difícil;

- Demanda do paciente : aqueles que praticam esportes como o futebol, baseado em movimentos rápidos, de mudanças frequentes de direção, com contato físico habitual, exigem muito mais do joelho, exigem que o joelho esteja estável e,  sem o LCA íntegro, a possibilidade de novos entorses será enorme. Assim, neste público, a tendência é do médico indicar a cirurgia. Diferentemente, pacientes sedentários ou que pratiquem esportes de baixa demanda para o joelho (caminhada, natação amadora, por exemplo) podem conseguir se adequar sem a necessidade de cirurgia;

Como praticante assíduo de atividades esportivas, principalmente futebol, e ainda mais por ser Profissional de Educação Física, um procedimento conservador (não cirúrgico), sem dúvida não era opção. Porém, o tempo em que fiquei sem realizar atividades física por conta da lesão somado ao tempo em que ficaria "parado" por conta da cirurgia era minha grande preocupação. Cogitei, então, a possibilidade de voltar a musculação no intuito de reaver minha condição física (visto que as restrições da lesão não são grandes), para após essa preparação realizar o procedimento cirúrgico.

Treinos regulares durante três meses me trouxeram resultados excelentes. Recuperação total da força e do equilíbrio muscular, aos poucos perdi o medo do apoio sobre a perna lesionada, até os falseios diminuíram consideravelmente (vez ou outra, alguns sustos). No final do período de três meses, com cirurgia marcada, incluí treinos, aeróbicos com corridas em esteira, tendo excelentes resultados, inclusive na composição corporal (perdendo cerca 3kg excedentes), o que, de certa forma me ajudaria depois de cirurgiado (menos peso sobre os joelhos! ;P ). Feito isso, hora da Cirurgia!